“Mulheres e soluções”
Segue
uma pequena lista – que de tão pequena, pode ser considerada
absolutamente injusta com o expressivo número de mulheres que fazem a
diferença em favor da sustentabilidade – concebida no Dia Internacional
da Mulher. Nossa intenção é homenagear lideranças globais que se
destacaram como defensoras corajosas e intransigentes da vida e da
ética:
- Rachel Carson:
Bióloga
marinha, autora do livro “Primavera Silenciosa”, obra que teria
marcado, na opinião de alguns historiadores, o início do movimento
ambientalista. O livro denunciou em 1962 as mazelas do DDT, pesticida
que vinha sendo pulverizado em doses maciças nas lavouras americanas,
provocando grandes impactos sobre o meio ambiente. “Primavera
Silenciosa” recebeu este nome pelo desaparecimento das aves migratórias
envenenadas com DDT. Com clareza e objetividade, Rachel conseguiu
denunciar um problema que incomodou o poderoso lobby da indústria
química americana. Apesar das campanhas de difamação organizadas contra
ela, Rachel resistiu e foi apoiada por movimentos sociais que se
articularam em defesa do banimento do DDT e de medidas regulatórias para
o uso de pesticidas.
- Gros Brundtland:
Considerada
uma das três mulheres mais influentes do século passado, Gro Brundtland
foi primeira-ministra da Noruega e presidente da organização Mundial da
Saúde (OMS). Em 1987, foi designada pela ONU para chefiar a comissão
que pautou a maior conferência das Nações Unidas até então, a
Conferência Internacional da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
A comissão “Brundtland” conseguiu difundir mundialmente a expressão
“Desenvolvimento Sustentável” no relatório “Nosso Futuro Comum”, que
serviu de base para a Rio 92.
- Wangari Maathai:
Primeira
ambientalista a conquistar o Prêmio Nobel da Paz, em 2004. Sua singular
trajetória pessoal, com proeminente vida acadêmica e formação em
universidades americanas, incomodou o marido, que sentiu-se humilhado em
uma sociedade machista e pediu a separação. Criadora do movimento
Cinturão Verde (Green Belt Movement), promoveu o plantio de milhões de
mudas de árvore no Quênia e países vizinhos, onde a demanda por lenha
para a produção de energia reduziu drasticamente a área de florestas.
Apenas no Quênia, a cobertura verde original foi reduzida a apenas 4%. O
movimento recrutou mulheres para o plantio e contou com o apoio da
comunidade internacional. A reconfiguração das matas permitiu o retorno
dos bichos, a recarga dos aquíferos e melhores condições de vida para
milhões de pessoas que deixaram de migrar para as cidades à procura de
melhores condições de vida.
- Hazel Henderson:
Economista
autodidata, criadora do Mercado Ético (Ethical Market), Hazel Henderson
tornou-se uma das mais importantes pensadoras da atualidade, com
trabalhos que sugerem a adoção de novos indicadores da economia, novas
fórmulas para medir o PIB dos países, uma nova visão empresarial, um
novo modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável.
- Vandana Shiva:
Prêmio
Nobel alternativo, feminista, ambientalista, Vandana Shiva
notabilizou-se pela luta em favor da biodiversidade e dos alimentos
orgânicos. Criou na Índia uma organização que, entre outras atividades,
recolhe diferentes tipos de sementes para proteção biogenética e uso
gratuito pelas comunidades tradicionais. Vem denunciando o uso
indiscriminado de pesticidas proibidos no hemisfério norte em países
pobres, e o lobby dos transgênicos que impede a correta analisa de seus
efeitos sobre a saúde humana e o meio ambiente.
- Marina Silva:
Ex-líder
seringueira, companheira de Chico Mendes, Marina Silva emergiu como
liderança política do Acre para brilhar como senadora da República e
ministra do Meio Ambiente. Reconhecida internacionalmente como legítima
representante dos povos da floresta, Marina consagrou suas ações no
Executivo e no Legislativo em favor das chamadas medidas estruturantes
para um modelo de gestão sustentável dos recursos.